quinta-feira, 2 de maio de 2013

1o. andar



1º ANDAR

Poc?

Poc, poc, spocpoc! Pulam os milhos na panela. É dezembro, todos comem pipoca.

- Que personagem é este?
- Eu sou o poeta.
- Oba!
- Venham todos, sentem-se, ouçamos poesia…
- Tenho a lhes propor, uma parábola.
- Uma parábola?

- Sim. Era uma vez, um povo, que em plena guerra, na acreditava que tinha um inimigo. Esse inimigo, aproveitando-se que não acreditavam em sua existência, assim como alguém invisível…

Dava tapas e pontapés
e o povo dizia: É o acaso.

Destruía lares, acabavam com famílias.
E o povo dizia: É o destino.

Insuflava nas mentes
falsos conceitos de liberdade
para desfrutar dos quais
não poderiam estar
presos, a compromissos
de paternidade.

E quando as rua se fartavam
de menores abandonados
o povo dizia: É o sistema.

Sufocava todo sentimento puro
e o povo dizia: É a poluição.

Conduzia os corações
à ambição desenfreada
que levava as massas ao caos
os simples a loucura
vítimas a sepultura
e o povo dizia: É o capitalismo.

E quando em decorrência
desse chamado capitalismo
faltava-lhes o pão
o povo dizia: É a inflação.

Escravizava-os com vícios irrecuperáveis
que os tornava
desprezíveis e desgraçados
e o povo dizia: É o Stress, é a depressão.

Aniquilava toda a ordem
criando rebelião
entre classes
sociais, raciais e profissionais
promovia o desrespeito
confundia os dirigentes
anarquizava a paz
e o povo dizia: E a democracia

Inspirava-os de maneira maligna
a utilizar descobertas científicas
com fim destrutivos e exterminados
e o povo dizia: É a tecnologia.


Desconfiavam por vezes
que por trás de tanto investimento sombrio
havia uma força estranha
mas, o povo tolo dizia:
são as multinacionais…

Digo: Era uma vez
porque aquele povo cego
confiando no próprio ego
e não lutando
contra
aquele inimigo vil
se auto – destruiu…

O nome daquele povo
Era humanidade
O do inimigo
Satanás.

Aplausos eufóricos, esbofetearam a vida.

Sim, os meus personagens estão vivos. O que os fiscais do Sistema destruíram atrás da porta vermelha foram manequins, dispostos artisticamente em um cenário de teatro. Os meus personagens não morrem nunca. Eles ainda tem muito amor para dar.

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